sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Desninguém

Amo poesia. Mas dizia que não gostava, porque se admitisse o amor... seria fraqueza?
Por outro lado, aos que amei, sempre declarei meu amor. Sempre. E nunca foi segredo. E por isso mesmo me chutavam o calcanhar. Fraca?!
Fraca sim!
Quando tive dúvidas, demonstrei as dúvidas.
Quando não quis mais... não quis!
Ah! Que maravilha, então... ser eu?
O rumo desse texto era dizer que seria melhor ter amado a poesia, declarado meu amor desde o início, ao invés de amaldiçoa-la... Mas veja só, que a medida em que as palavras saem, outras verdades nascem e é bom ser eu assim, descobrindo esse amor e um pouco mais de ser eu.
Não estamos bem, Kaká. E olha eu aqui, direcionando o texto para alguém com nome! E não para nenhum desninguém, para destilar rancor. As relações também se alimentam de rancor. Há relações que se alimentam de sol. Mas outras crescem melhor à sombra. Viram carnívoras, até chegar ao ponto de que ambos viram carolas do interior, soltando seus venenosos cometários sobre os "amados" até para desconhecidos, criando fakes, anônimos ou mandando recado por aquela amiga...que bem, alimentava o ódio por poesia.
Amo poesia, Kaká. Amo!
Antes eu tirava inspiração de qualquer ferro retorcido. Depois tirava inspiração de um abismo imenso. Depois fiquei com medo de escrever porque achava que tava muito feliz para isso. E agora... depois daquela dor toda, depois de passar por tudo SOZINHA... amo poesia. Vou escrever pra sempre que amo e amo sozinha, porque ninguém vai amar do meu jeito e tô aqui sozinha e sozinha vou ficar até me acabar de amar.
Noite passada sonhei que um homem me beijava. Era um beijo lindo, Kaká. Noite retrasada sonhei com uma exposição de arte e que me roubavam os chapéus...cada noite meu inconsciente quer fazer poesia comigo. Até roupa de cangaceiro pendurada em árvore já pediu pra virar escrita...
Tô aqui pra lhe dizer, Kaká, que nada vai nos salvar dos dias ruins. A poesia não salva, mas sangra bonito num papel...ou num blog...quem sabe costumes antigos podem servir como antídoto... uma anestesiasinha...um remedinho amargo no início...

Nenhum comentário: