sábado, 15 de agosto de 2009

Exercício de liberdade


"Minha fé é meu jogo de cintura"

Há dois anos atrás, dizia que estava exatamento onde queria estar. Ano passado, o texto era cheio de observações diárias, sobre cegos, crianças e cobradores de ônibus. Este ano, não me sinto exatamento onde queria estar e muito menos fiz muitas observaçoes aleatórias.
Estou num lugar, nesta vida. Não quero outro; estou fazendo deste que estou o meu e não querendo outra coisa. Qualquer lugar é meu. O que me incomoda, faço virar outra coisa. A dor vira jogo e eu brinco. Pacifico minha voz, meu peito e me abro para as palavras que querem sair da minha boca. O ar seco e frio me embala quando o sol mostra o brilho do dia.

Tem briga que não é minha e não entro nela mesmo. Tem briga que vem pra fora querendo explodir, por vaidade, por egoísmo, por medo de quem não está confortável onde está.
Tenho esse corpo que não mantenho. Ele é que me segura e me faz estar. O que se vê além disso é maldade ou bondade dos olhos e da cabeça de quem olha e muitas vezes não reflete.

Maldades pensadas ou casuais à parte, estou livre para ser quem sou e acertar o desconhecido.

Se eu tivesse uma fórmula pronta para as coisas, se eu me fechasse por completo, se eu dissesse somente não, se eu dissimulasse, se eu fosse egoísta, não seria eu. Como sou eu, não sou nada disso.

Quanto as observações diárias, ainda as faço. São tatuagem no meu corpo. Não sai mais de mim. Marcada pelo que sou, sigo quase livre.

Tem amor em mim querendo gritar, mas ele não vai ser nada além de grito se ainda tiver apego. O exercício para os próximo quinze anos é o desapego.

Sim, quatro anos depois, entendi tudo o que ele quis dizer, depois de uma noite dançando.

Desculpe a demora.

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