sábado, 29 de setembro de 2012

Matilde trancada no armário

Questão de vaidade de ambas as partes, pois a partir de seu trancafiamento, abri várias outras portas, gavetas e a fiz ouvir todos os barulhos de caixa batendo, só para torturá-la. E ela gostou de ser a mocinha da história.


Só por alguns capítulos.

A vingança veio de camburão. Só que muito silenciosa e sem o alarde do giroflex.

Num bater de portas mais violento, Matilde aproveitou e jogou seu peso todo para o lado. Derrubou o frágil guarda roupa, tão frágil quanto eram as roupas dos operários que se guardavam dentro dele. Sim, as roupas se guardavam sozinhas e sonâmbulas, após vestir os corpos operários durante o dia todo na fábrica da Avenida Presidente Wilson.

Com o guarda roupa na horizontal e as ideias fora do lugar, Matilde saiu pelo buraco do forro e correu pelos trilhos da estação Mooca. Achei que eu tivesse ido sentido Rio Grande da Serra, mas no dia seguinte, era possível sentir seu fedor, ao fazer baldeação na estação Brás.

Depois disso, só me lembro de ter acordado aqui, nesse lugar lindo, cheio de flores, pássaros, capela antiga... E trancas! Vento frio!

Regime semi aberto!

E Matilde ainda me obriga a desligar o celular!

Um comentário:

Cirinita disse...

OLÁ ENCONTREI SEU BLOGGER E O ACHEI MUITO LINDO, BEM ESCRITO E ATÉ ENGRAÇADO, GOSTO DE RIR , DE BRINCAR E SOU BLOGUEIRA.
ESTOU TE SEGUINDO
ME VISITA E SE GOSTAR ME SEGUE TAMBÉM
UM GRANDE ABRAÇO!!!!