"Até Dilermando ficou em Nápoles, haveria enormes dificuldades de transporte do coitadinho. Não posso ver um cão na rua, nem gosto de olhar. Você não sabe que revelação foi para mim ter um cão, ver e sentir a matéria de que é feito um cão. É a coisa mais doce que eu já vi, o cão é de uma paciência para com a natureza impotente dele e para com a natureza imcompreensível dos outros...E com os pequenos meios que ele tem, com sua burrice cheia de doçura, ele arranja modo de compreender a gente de modo direto. Sobretudo Dilermando era uma coisa minha que eu não tinha que repartir com ninguém."
Clarice Lispector, Berna, 21 de abril de 1976
Foto: Preto, que ainda conseguirei chamar de Ernesto
2 comentários:
Todo Ernesto que conheci até hoje estava muito bem sucedido, na minha opinião! Não sei se isso vale para um cachorro!
E a um "amante" que só lhe pede o básico - comida e carinho -, diria que é o exemplo do que se chama amor icondicional.
A gente é que faz questão de lacinhos, pantufas roupinhas bobas...
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