domingo, 24 de maio de 2009

E se Deus não cumprir prazo ou A cura

MAIS DO MESMO

Ninguém sabe como termina história...se o tempo não parou ela terminou? Não termina. Enquanto não acaba a gente quer achar a palavra certa para falar; elas faltam..."queria escrever, mas elas se perdem no caminho". Poderia escrever sobre não se obrigar a escrever e então chegaria mais perto de você. De mim. De nós. Tu?
Tu bem sabes (é bonito começar uma frase assim com "tu bem sabes"), que Deus tem uns prazos muito estranhos para as coisas. Mas ele cumpre do jeito Dele desde que a gente deixe o que é de Sua conta em Suas mãos e cuidemos do que é nosso. O Deus não gosta de intromissões e nem de rebeldia desmedida. Ele aceita os questionamentos e as recusas. Intromissões não.
Mas Ele sabe que tem hora que não tem jeito. Como deixa que o homem morra com um tiro indo levar a crianças pro passeio de sábado às onze da manhã, onde uma hora antes eu passava atrasada, fugindo do cachorrinho que já tinho me sujado toda de barro? Como é isso Sêo Deus? Isso é assim desde que o mundo é mundo e o Senhor não faz nada? Vou ter que te invadir com meus canhões. Da próxima vez, mande o cachorro sujar o homem e as crianças; é mais fácil limpar as roupas sujas de barro do que o sangue, antes de colocar no caixão.
Isso me fere. Você não vê Deus? Não vê que estou curada daquelas dores que me derrubavam em dias de sol e de chuva... Em dias de garoa e mormaço...e mesmo assim, continua mandando raios indiretos para me ferir. Deus, posso te chamar de flecha? Viu o que aconteceu ontem? Meu corpo converteu uma de suas últimas dores num jogo. O filho perdido virou sono das cinco da manhã. O palco salva e eu sou gente em cima dele. Dá pra deixar que a gente faça essas coisas em paz? Enquanto Você não parar de fazer assim e não colocar um ponto final nessas histórias sem explicação, te chamarei de flecha.


"Cada relação é um planeta e eu sou só um você que você não quis e querer é coisa tão PEQUENA, que só não sou você por um TRIZ"


Aqui neste texto tem: a Denise, a Luciana, o pai que morreu ontem, as crianças que perderam o pai, a Juliana Jardim, o palco do teatro novo, as pessoas que estavam no palco : Mariana, a Natalia, a Vanessa e a Marcella com seu dois toques de final de jogo. Tem também a Rose que viu o bilhete no fundo da panela e questionou os prazos de Deus...tem uma gata que acha que é cachorro; tem o pai dela. Tem a Cassia Eller cantando coisas sem explicação. E o Marcelo Camelo também, apesar de não o querer tão bem.

A Palavra Certa - Hebert Vianna

Atravesso a noite com um verso
Que não se resolve
Na outra mão as flores
Como se flores bastassem
Eu espero
E espero
Não funcionam luzes, telefones
Nada se resolve
Trens parados, carros enguiçados
Aviões no pátio esperam
E esperam
A chave que abre o céu
D´aonde caem as palavras
A palavra certa
Que faça o mundo andar

7 comentários:

Gis de cera! disse...

Sabe, que já questionei muito à Deus! Principalmente quando as coisas não dão certo, ou então quando fico inconformada com algo.
Mas acho que somos meio egoístas... a vida é um ciclo - tem um ponto nesse ciclo que é a morte, e não sabemos lidar com ele - porque queremos estar com quem se foi... não queremos que ninguém se vá! Aprendi que o bem existe sim... e que o mal é somente a ausência do bem. É como a escuridão, sabe?! A escuridão é a ausência de luz! E se não há lus não é porque Deus não quer... é porque há homens que preferem a escuridão! E esses homens acabam nos tocando com suas trevas... mas temos que aprender a iluminar (iluminar tudo, iluminar para sempre, iluminar eis a minha missão e a do sol - e da Polly, está estrela brilhante).

"A vida é o dever que levamos para casa... e quando vamos ver já são seis horas!"

Kaká Bullon disse...

Por vezes e vezes e vezes... eu tbm o questiono, tbm invado, tbm quero interferir... Tbm jamais entendo porque ele deixa que seja assim. Deixa? Flecha parece bem apropriado para quem se lança e muda o rumo das coisas... quando com 5 segundos de atraso ou adiantamento e o rumo seria outro.
Penso até que minha cabeça dói e ainda assim não entendo os motivos dEle... só que esse jogo não me atrai. sempre melhor as cartas nuas na mesa. Queria dizer que a dor vai passar, mas não deixe que as intrrogações passem.. só não sei se vamos decifrá-las um dia.

Bill Falcão disse...

Pollyyyy!!! Quanto tempo! Voltou ao teatro?
Vou virar seguidor, pois acabei de notar que perdi o post anterior.
Já quanto a este aqui, melhor não pensar muito no que acontece acima de nós, lá pelo espaço sideral, é o que penso.
E tratar de prestar atenção em cães intrometidos e balas perdidas!
Bjooooooooo!!!!!!!!!

Cadinho RoCo disse...

Tempo é coisa nossa.
Cadinho RoCo

migrañaloco disse...

Acompanho sempre seu blog, gosto muito da maneira que escreve. Hoje, ainda não tinha acessado, não tinha lido. Entrei no meu blog e vi seu comentário. Neste exato momento estava aqui me questionando sobre a vida, tentando escrever... "queria escrever mas elas se perdem no caminho". Fiquei me questionando sobre a vida, sobre os caminhos, as escolhas, sobre Deus. Aliás, há instantes estava sentada em frente a minha sogra a ouvindo falar do "seu Deus", como ela diz. Me questionei tanta coisa em... segundos.. minutos... não sei quanto tempo se passou. De repente no meio disso tudo, entro no seu blog, e leio ess texto. Que feliz coincidência. Tudo o que me questionava ali descrito em pouco mais de quatro parágrafos.
Parabéns pelas palavras. Boa semana.

Josi disse...

Tem coisas que não precisam ser explicadas, pq a gente não pode entender...

inara disse...

Eu leio o que voce escreve. Eu leio o que voce escreve. Eu leio o que voce escreve. Eu leio o que voce escreve. Eu leio o que voce escreve. Eu leio o que voce escreve...poderia ficar horas copiando e colando essa frase só pra prolongar minhas provocações verspertinas e provar que o que voce disse estava errado, o que é muito divertido, mas a verdade é que sempre quero te ler. Voce é boa nisso, Pollyanna Mandioquinha, sabe dizer as coisas 'indizíveis' e descrever os sentimentos que a gente, na maioria das vezes, nem se dá conta de que estavam lá.

Um beijo de quem não sabe de onde vem a flecha, onde está o alvo e quem errou a mira.