sábado, 30 de maio de 2009

A resposta de Deus

Hoje, sábado, chegei da faculdade, cansada, com a garganta inflamada, pálida, jogada no sofá; soube que a delegada da famosa 69ªdelegacia, que fica aqui bem perto, se emocionou ao dar entrevista ao Datena (aquele moço que faz auê de tudo quanto é desgraça na TV). Ela falou sobre a prisão do ser humano(?) que matou o pai de família da rua de baixo, quando foi roubar seu Corcel II depois de uma tentativa frustrada de assalto. Sim, minha mãe me contou que ele tentou roubar outro carro que disparou um alarme; seu comparsa fugiu pra favela aqui do lado enquanto ele seguiu a rota que colidiu com a do pai que iria levar os filhos pra passear. A polícia achou o comparsa primeiro; este, não achou justo carregar sozinho o peso da bala que não disparou e acertou a flecha da delação. O acusado não era daqui do bairro, nem podia ser. A controvérsia de morar num bairro "perigoso" é que os moradores nem sempre são o alvo e quase sempre contam com alguma proteção duvidosa... Ele é de Pernambuco, dois assassinatos, assalto à banco...estava solto por causa de um indulto do ano passado...
Quem precisa de indulto? Às minhas custas?
Quem foi reconhecer o demente na delegacia? O garoto de oito anos que, junto com o irmão de apenas dois, viu o pai morrer e ainda foi levado no carro, até algumas ruas longe daqui.

Quando ouvi o relato da resposta de Deus, dado por minha mãe e Ele me perdoe pela insistência, intransigência, frieza...mas, só consegui metralhar minhas palavras duras, com esperança de resposta afimativa: "Será que já mataram ele na delegacia?".
Que os direitos humanos cuide de humanos e apenas deles. Que as leis do Deus, sigam caminhos menos tortuosos para que a mãe e os dois filhos possam voltar para a Bahia em paz!
Se Deus não cumprir o prazo, eu cobro!

3 comentários:

Bill Falcão disse...

É a selva de pedra em que vivemos, Polly!
Bjoooooooo!!!!!!!!!!

Kaká Bullon disse...

...e quase sempre a resposta não é a que esperávamos ou não a entendemos. Paciência... na certeza de que um dia tudo volta pro lugar (utopia nossa de cada dia).

Dani Pedroza disse...

Juro que fiquei em dúvida se iniciava o comentário elogiando o novo layout que, por sinal, adorei, ou se começava por algum dos personagens dessa história que vc relatou. Falo um deles porque há aí diversos pontos de vista, diversas histórias dentro da história. O homem que mata, o que morre, o filho que assiste, a delegada que chora, o Deus que julga, a fiel que se resigna, a indignada que cobra. Sabe de uma coisa? Esse layout novo, talvez por causa das bolas coloridas, me lembrou um picadeiro, um palco no chão firme. Às vezes tenho a nítida sensação de que somos mesmo apenas personagens desempenhando seu papel na estória até que a cortina se feche, que o show se acabe. Bjs.