Se drogava com coisas leves. Provocava reações químicas em seu corpo com pequenas picadas de desdem de si. Alcool também. E maconha, às vezes. A primeira vez que fumou não aconteceu nada. Das outras sim, muitas coisas aconteceram. Fumou meio tarde, depois que a maioria dos amigos já tinham passado para coisas mais pesadas.
Como gostam de dizer por aí, experimentou o fundo do poço. Não foram drogas lícitas nem ilícitas que encurtaram o caminho. Pena, porque aí as carolas de plantão perderam um candidato a reabilitação anti drogas. Há um encurtador melhor rumo abaixo: esquecimento de si mesmo para salvar o outro. Heróico pra quem vê. Com uma edição bonita, uma música de fundo. Mas extremamente egoísta se tirar os efeitos, as cores e a câmera lenta que salva movimentos desengonçados próprios da cena como ela é.
Ninguém salva ninguém. Queria ser pessimista, mas não sabia ir a fundo nas friezas que tinha dentro de si. Tampouco conseguiria ser otismista. Como ser, diante de tanta realidade? Realidade constrangedora, impossível tomar decisão.
Se drogava com drogas leves. Um ressentimento aqui, uma noite com os amigos ali. E tudo bem se no fundo as noites fossem solitárias, já que ninguém salva ninguém.
Um comentário:
O que pode ser uma triste constatação. Ou não.
Obrigado pela presença lá em nosso niver.
Bjooo!!!
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