Um pouco mais de 140 caracteres ou em primeira pessoa

Exercício constante.

Quando a Bienal (do Vazio!)de 2008 ocorreu, tinha acabado de entrar no Twitter. Uma bobagem, penso hoje. Não gostei muito no início e as minhas críticas são as mesmas ainda. Mas não é especificamente em relação à ferramenta e sim às pessoas que a utilizam. E é a mesma em relação ao Orkut, Facebook, Blog, Fotolog...Não que eu seja a usuária mais policamente correta e que respeita todas as etiquetas. Mas...

Amo internet. E esse texto, muito breve é especialmente motivado pelas últimas "personalidades" que deixaram de tuitar, assunto até para jornal impresso, programa de tevê. Um após o outro, com seus textos em seus blogs, justificavam suas saídas com palavras variadas, mas o motivo era o mesmo: eram mal interpretados, as pessoas exageravam e...a mesma história que aconteceu há uns oito anos, quando a adesão aos blogs explodiu. (É, tô ficando velha. Uso blog desde 2000). Ou até mesmo com o Orkut. Quantas vezes , nos primórdios da rede de relacionamentos, recebia e-mails de pessoas se "despedindo", por motivos variados, desde falta de tempo (aff!) até ciúme doentio dos parceiros e parceiras.

Sempre achei a internet uma ferramente maravilhosa. Já passei por problemas. Mas tenho e sempre tive a consciência de que a responsabilidade é de quem utiliza e que o que vai acontecer depende de como ela é utilizada. Quem controla o que é dito, exposto, compartilhado? Pois bem, se sou eu que controlo tudo, a responsabilidade é minha.

Se estou muito preocupada com exposição, não escrevo. Se não, escrevo. Não sou personalidade, não tenho milhares de seguidores, não sigo milhões. O Twitter é um exercício muito interessante, assim como o blog. Por outro lado, é muita arrogância dizer que não estou preocupada com o que vão pensar de mim e do que escrevo. Quem diz isso é burro. Dizendo isso, estaria excluindo não só as pessoas que não gostam do que escrevo/penso/falo, mas também excluo quem gosta. Quem gosta também pensa algo de mim. Ambos importam. O grau da importância é que deve ser friamente calculado. São muitos repertórios para uma escrita/arte/comunicação dar conta de ser compreendida. Isso nunca vai existir. Então...escrevo...

Portando há de se ponderar os humores quanto as devolutivas (muitas vezes despropositadas e sem reflexão) e evitar o exagero e a importância demasiada que damos a nós mesmos. Seja no Twitter, seja fora dele, andando por aí pela rua. O tempo vai passar e bastante coisa vai parecer idiota depois. A Bienal do vazio era uma idiotice e mesmo assim, na época, achei legal dar comida para um cara babaca que achava que tava protestando. Daqui dois anos vou ler esse texto e tenho certeza que é isso que vou pensar.