terça-feira, 29 de março de 2011

Sobre estar de acordo ou Ela não é a Matilde

"Is this to end or just begin?"

No metro Carrão tem banheiro? Ela não queria fazer as unhas...

Não  parecia muito claro o discurso de abertura de um dos representantes da mesa. E se aquele grupo de pessoas é contrário ao sistema de representatividade, por que então ter três pessoas um nível acima das outras trezentas?

Se ela sabia que a rosa em cima do porta luvas tinha destino certo... por que ficar sem jeito em dar um beijo? Era no rosto ou na boca, não tinha jeito. "Mas é que ele tava muito sem graça."

Ele tem uma barriga meio saliente, um cabelo bagunçado, um olho meio caído...mas fica tão sexy fazendo discurso. Ai...não, não é sexy...ele chama a atenção toda pra ele...é muito coerente...feio demais isso sim!

E aquele lugar no topo da rua? A última lembrança dali era estranha. Dançava a música da Vanessa da Mata até cair...em 2004 acho... e recebeu muitos elogios de desconhecidas junto com seu parceiro de pista, que caia de bêbado feito um...bêbado. Agora o lugar era cheio de televisõesinhas fininhas que distraem a atenção do que precisa ser dito.

Pelegagem, chão riscado, companheiro...desculpe, mas não são termos que me fazem identificar uma classe. São termos que me afastam de uma classe. E aquela classe tava fazendo uma encenação bonita de discurso, mas assim como todas as outras, tava querendo melhorar o seu lado. E só. Essa coisa de querer mudar a sociedade é pretensão demais, camarada.

Ela não leu Maquiavel, logo, segundo a lógica dele, ela não sabe nada da vida? Além dessa ousadia de insinuar isso, vi que pegou a moça pelo pescoço no meio da conversa e não foi para beijá-la.

Camarada também é um termo ultrapassado? Desculpe!

Ela me disse que ele ficou metade da conversa falando do passado e que ela só pensava na pegada no pescoço. Foi de propósito né? Boba essa  garota! Ela me disse que entendeu a parte do passado. Mas me disse que depois da terceira caipirinha, se encheu e decidiu falar da tatuagem maori maravilhosa que parecia pular do braço, peito e barriga dele.

Foi ai que a briga começou, porque queriam fazer uma carta pra ministra dizendo que não concordavam com uma coisa, mas enchendo de flores a outra, depois que já tinha sido votado fazer uma carta só, dizendo que não concordavam com aquela primeira coisa. Eles queriam fazer média com a ministra?

Ele tava usando um jeans bem bonito e uma camiseta branca. Isso eu vi, não foi ela que me falou. Ela só disse que não conseguia parar de olhar pra perna dele. Disso achei graça. Ele era TÃO feio antes...

Num texto que foi entregue no início do congresso, tinha uma citação do texto "Aquele que diz sim e Aquele que diz não" do Brecht. Aquela passagem que todo mundo gosta de citar, que "é preciso criar um novo costume". Achei graça de terem cantado o hino nacional e terem feito votações no sistema simples na plenária. Quatro votos de diferença foram o estopim da briga. Isso tudo é um costume novo?

Não que eu queira fazer fofoca, mas vi a fulana enchendo os olhos de lágrima quando ele beijou ela.

A minha cabeça doía e a política virou politicagem Os porcos brigavam e eu só queria ir jogar video game com a Inara e ouvir as histórias dramáticas do irmão dela.

Ela riu pra dentro quando ele abriu a porta. Não é que isso tá virando um "novo" costume?

Então decidiram que o Brasil é pequeno e seis pessoas iriam votar por Estado. Como faço parte de um estado volátil, comecei a pensar no tempo que iria levar para chegar até a estação de Osasco e se seria perigoso.

Pela primeira vez dormiu sem achar ter sido uma péssima ideia ter sido ela mesma. Mas, pela nonagésima vez, acordou sem saber o que tinha que fazer depois.

Decidi enquanto assistia a peça na rua lá em Osasco, que não concordo com o que dizem. E tenho a impressão que quando o Brecht diz no mesmo "Aquele que diz sim..." que "o mais importante de tudo é aprender a estar de acordo", ele estava sendo irônico. Não? Desculpe, é que tem coisa que não entendo direito.

Tem coisa que ela não sabe fazer direito. E essa coisa de admitir o que ela sente logo de cara é meio novo.Aí ela me disse que mandou um SMS perguntando o nome da música do Led Zeppelin que tava tocando. Ele respondeu com letra maiúscula que era "ALL MY LOVE".  Além de desmemoriada, ela é uma ridícula!

Quando a política começa a entrar na frente da arte, não há mais razão de fazer arte, mesmo sendo a arte uma atitude política.

Quando o medo começa a invadir...medo?

Nenhum comentário: