"Matilde,
Não fecha os olhos que é pior Matilde! Não fecha os olhos! Siga no grito e na independência que o prêmio é maior que o da Mega Sena. E não adianta me dizer que não liga para essas coisas. Você já aprendeu que tudo depende de onde você coloca a torneirinha Matilde. Seu lema tem que ser: fé, coragem e força hidráulica! Já te deram uma dose sólida de coragem, assim de graça, sem pedir, agora trate de instalar o encanamento corretamente. Se tivesse pixado os muros com carvão, feito eu e Manguari, não teria estragado suas unhas, bela moça-menino. Você já teve hemorróidas? Sabe que dói quando fazemos muita força abdominal para subir, descer ou rir. Como tive três, sei que não aguentaria fazer tanta força pra despixar um muro tão grande. Brava Matilde, cantaria um hino para você, se soubesse alcançar uma nota mais alta que minha dor nas hemorróidas. Matilde, Matilde...abriu a carta achando que era um encontro em Matilde? Te namoraria se não soubesse que tira pão de mel e brigadeiro do meio da bosta de cavalo, brinca de arremessá-los com tua amiga de Osasco e depois come o resto! Matilde bafo de bosta doce! Você não foi feita para finais felizes! Sei que sonhou essa noite que te serviam nhoque com molho esparramado embaixo do prato! Homem gosta de desinfetar mulher por dentro sabe? Vamos Matilde! Tire essa pose de heroína de final de filme que o Corso da Mooca já ta passando e dessa vez sei que você vai querer subir no Jipe que não subiu em 2007. Corra Matilde! Estou cuspindo sangue. Como se canta aquela marchinha?"
Todo mundo aconselha Matilde. Todos se dão essa liberdade. Eu também me dei. E achei bem esotérica a carta de Lorde Bundinha. Mas Matilde sabia que a carta tinha alguns anos luz de atraso. Lorde Bundinha estava preso num tempo em que as coisas aconteciam com algum vagar. Mesmos os encontros idealizados romaticamente. Agora é um romance fast-food por favor! Não tem muito o que pensar, fletar, blefar. Matilde bafo de blefe rápido, seu Lorde, pegou tua carta e emprestou para amiga limpar a bunda depois de mijar na moita durante o show do Tom Zé. Da próxima vez, chegue us 30 anos mais cedo. Peça desculpas por mim ao Seo Vianinha. Sei que não suportaria tamanha injúria de não ver seus créditos ao ler tanto desatino aliado ao nome de Matilde. É que ela não resistiu. A interrogação na cara do garçom pode ser sangue de Bundinha ou o coração rasgado de Matilde.
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