Matilde vive se olhando em espelhos. Mas sua vaidade é tanta, que os que tem em casa não são suficientes. Ela paga para se ver bela, importante e única no universo. Mas como nem sempre a imagem dela vem sozinha, vive reclamando dos outros, da casa e do bolinho de carne.
Se as experiências não são o bastante para diminuir o ego, acredito que a idade deva ser. Mas se os anos vão passando, o cabelo caindo e o ego resiste...desiste.
E é tanto bolinho de carne em hora errada, que Matilde agora só se olha de longe...não consegue encarar os pneus e a grande pança gazosa.
Quando você precisa denegrir, ou expor negativamente uma pessoa para explicar o que você quer ou justificar uma escolha, é porque você não tem certeza do que está dizendo.
Matilde cobra a prazo de quem vende espelho torto para ela.
Ela diz que entende tudo o que a Laura Pausini canta, mas não sabe falar uma palavra de italiano.
Segredo de polichinelo.
Mas o castigo vem à vista, depois da última prestação que Matilde cobra. Ela esquece que é um embrião perto de uma mulher parida.
Na porta do Teatro Municipal, sentei e fiquei esperando. Esperando nada. Havia um encontro marcado, mas se caso não acontecesse, não importava. As luzes do Vale do Anhangabaú.
E diante de tamanha incapacidade de ser sem espelhos, cairá Matilde na tentação de cortar os pulsos com estilhados do concavo-convexo que acabou de socar?
Um comentário:
muito legal, bom mesmo. vou te seguir para ter o prazer de ler todas essas maravilhas que sai da sua cachola.
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