domingo, 4 de março de 2012

Diário de sonhos


A mulher do tarô, que esteve comigo durante o dia, sentou-se a noite para falar do palhaço que dirigia a Kombi. Disse, que se ela pudesse, investiria dinheiro nele e que era pra eu correr para ajudá-lo. Literal que sou, corri e um carro preto me esperando. O lugar no banco traseiro não era estofado e a janela era pequena e só ocupava um pedaço no alto. Dentro, minha tia louca e meu primo dependente. Num carro velho ao lado, meu tio ladrão e sua mulher, cúmplice. De longe eu via o palhaço tomar vários tiros.

No dia seguinte, desci pra Santos. Com vinte reais. Era tudo o que tinha. Chegando em Santos, tudo parecia Cuzco. Encontrei meu amigo lá e ele disse que não poderia receber porque estava sem dinheiro também. Fiquei muito brava com ele, gritei, esbravejei e disse que se ele tivesse me falado, eu não tinha descido. Resolvi  ir até a rodoviária e falar da minha situação, mas antes encontrei um amigo dentro de uma convenção do Palmeiras. Ele tava com a família e fiquei com vergonha de pedir vinte reais pra voltar. Cheguei na rodoviária e encontrei cinco atrizes que não são amigas, mas conhecidas. Me misturei a elas e subi no ônibus. Na serra, a mata verde e a sensação contraditória de não ter o calço financeiro e de poder sentir a mata densa, verde preenchendo meu peito.

O dente começou a esfarelar. E depois todos os outros saíram, como numa prótese. Eram ligados por uma haste preta de plástico. E eu não conseguia colocar de volta na boca. Tinha um dente nascendo na parte da frente.

Tentava voltar pra casa, pela viela de anos atrás. Quando entrávamos, minha irmã, prima e eu, de repente, estávamos no quintal da casa de um homem, que já de pijama, foi abrir o portão para que passássemos. Casas estava sendo construídas no meio da viela e minha prima e eu nos perdemos no meio do labirinto de paredes em construção. Um homem, na parte de cima do labirinto, falava ao telefone. A preocupação era achar minha irmã. Já estava amanhecendo. Conseguia ver minha rua do alto do labirinto. Liguei para casa e ela estava lá. A sensação era de que ela tinha nos enganado.





Diário de objetivos
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