sábado, 11 de maio de 2013


Antes de chegar em casa, um cara veio pra cima de mim. É claro que fui obrigada a sacar a arma e dar um tiro na cabeça dele. Não ventava muito, então não deu pra fazer aquele olhar distante de normalidade pós miolos estourados e fingir que tava num faroeste, ou num Tarantino dos bons! Matilde só olhava. 
Subi a rua, entrei em casa. Matilde aflita, foi até o quadro de ferramentas, pegou uma chave de fenda e começou a tirar os parafusos da arma. Parafusos que foram se revelando de borracha bem molinha. Compatíveis com o estado fleumático de Matilde. Fomos nos aproximando do quintal nos fundos da casa e estava lá meu pai rasgando um monte de papel velho e jogando dentro de um latão e como se não bastasse rasgá-los, botava fogo também. Matilde teve a genial ideia de ir jogando os pedacinhos que desmontou da arma pra derreter no fogo junto com os papéis. 

- Bota a mão aí no fogo pra ver se saem os vestígios do que você fez também!

Às vezes Matilde tentava ser engraçada.

Depois de tudo eliminado, inclusive a não culpa pelo tiro, fui fazer crochê.

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