quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Foi assim...

Matilde viu ele passar por ela. E cuspiu. Cuspiu até a bile.
Matilde odeia ele. Fala que parece o palhaço da kombi. Aquele que toda mãe teme.
Mas Dona Matilde ficou mais brava com o que veio depois.

Compulsivo. Doloroso. Saindo feito vômito. Não para de sair nunca. Era sangue estancado, agora é água turva incontrolável. A última coisa que ela falou foi sobre a SABESP? Tem uma árvore saindo de um boeiro na esquina da Rua da Mooca com alguma outra cheia de casinhas de 1918. Não lembro o nome. SABESP coloca muita coisa na água. Faz brasileira detestar água da argentina. Não bateu a cabeça? Está tonta, tonta. Doses altas de anti-alérgico e antiácido. Estômago explodindo. Não era só o Barba Azul que tinha um armário com mulheres mortas. Internada, tendo alucinações e vendo homens chamuscados. Lá dentro, lá no fundo do calabouço peçonhento. Agora jorra, jorra. Não, não! Anticoagulante não!!! Deixa sair tudo. Deixa vir a experiência de quase morte.
Não vai ser roleta russa.
Dessa vez Matilde não escapa!

Um comentário:

Paula disse...

Parece cada vez mais difícil entender as metáforas, as coisas escondidas. Cuidado, você pode estar com água até o nariz e não percebeu.