sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ela mesma não acreditava no que tinha feito: um pássaro vermelho preso por tanto tento! Como pode? Não se lembrava de tê-lo prendido ali, mas sabia sim que tinha sido ela mesma. Uma memória ancestral a fazia assumir o crime. Crime? Não conseguia rotular seu ato distraído como crime. Apenas como como um deslize. Sabia que o tinha prendido ali por vergonha, medo... Não sabia dizer e gaguejava ao tentar explicar. Não conseguia entender: mesmo solto, o pássaro vermelho, todo desgrenhado, não voava. Os que observavam sabiam de pronto que era atrofia, falta de costume.Era um esquecimento também. Nesse ponto há a possibilidade do perdão. E quem sabe no esquecimento dos pesos que carregavam, um dos dois aprenda a voar.

2 comentários:

Anônimo disse...

"O Amor é um pássaro vermelho" tinha um livro assim

Kaká Bullon disse...

Bem verdade que pássaro preso perde o jeito até do que outrora era necessidade básica. Vejo isso todo dia no espelho, no meu word.
Mas nunca é tarde pra lembrar do começo. Esquecimento tem perdão sim. O que não tem é deixar a atrofia vencer.

Saudade que eu estava dos seus escrevinhamentos.