sexta-feira, 1 de maio de 2015

Eram agudos, mas eram de rabeca, então consegui suportar.
Uma música linda, no limite do que é suportável de notas agudas. Odeio agudos. Odeio mesmo e não tem livro budista que me faça retirar o que escrevi. Odeio com o poder de todo o ferro sedimentado no meu fígado. Odeio com toda a força que me fazia socar o guarda roupa antes de varrer o chão. Voltando aos agudos da rabeca, só porque eles combinam com o papel amarelado que a mão da velha tava abrindo. A letra era um garrancho. E sabe o que dizia aquele emaranhado de garranchos? Que a noite tinha sido ótima e que foi muito bom dançar com ela. A velha dançava e não tinha restrições. Nem com agudos.

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