28/05 – Terminei de ler “As Meninas”. Anteontem quando voltava para casa, lia compulsivamente, enquanto esperava a perua sair. Perua que não é mais perua, é microônibus, Volare, com motorista e cobrador com uniforme da cor da linha e logotipo bordado da Cooperpeople. Tem até lugar para umas vinte pessoas sentadas! Perua era aquela das épocas da greve de ônibus, as clandestinas, que cobravam uns cinco reais para te levar para algum lugar e ia todo mundo mais apertado do que se vai hoje.
Entraram três juntas. A gordona, a gorda e a gordinha. A mãe, a filha mais velha e a mais nova, que devia ter uns onze anos. A mais nova demorou para decidir onde ia sentar e sentou do meu lado. Estava comendo um pacote de biscoito. Sim, só faltava colocar o pacote inteiro na boca. Voltei atenção para o livro. A menina também. Demorei para ter certeza, mas uma hora que virei uma página com um pouco mais de atenção, a menina virou a cabeça junto. Fiquei contente por ela ter se interessado. Mas um pouco constrangida também. As coisas que Ana Turva passava naquele momento não eram lá muito próprias para uma menina daquela idade. Continuamos lendo o livro até chegar a curva do Cascavel. Ou da Cascavel. Cada um fala de um jeito. A verdade é que ali tem um boa quantidade de venda de autopeças. Bem suspeitas é verdade e antes eu achava que o apelido da curva era por conta dos negócios nada legais por ali. Mas o nome é de origem mais simples: tem formato sinuoso, de cascavel mesmo.
Se passava quarenta minutos de leitura a menina desistiu de ler. Li mais um pouco e resolvi tirar um cochilo,ela leu bastante, pensei. Logo ela cochilou também. Desmaiou. Capotou. E para o lado do meu ombro. Eu estava meio desmaiada também e não quis me incomodar para tirá-la dali e nem acordar a pobrezinha. Logo ouvi a mãe e a irmã rindo com gosto da cena que estavam vendo; eu nem liguei, continuei cochilando. Qual o problema de tirar um cochilo no ombro de uma desconhecida? Já havíamos lido juntas até! Acabaram por acordar a menina e a vigem durou uns dez minutos até chegar o meu ponto. Era o delas também. Desci, elas um pouco atrás. “Ai Laura, só você mesmo!!!”
2 comentários:
eu havia começado a escrever um comentario sobre esse post, quando me dei conta de que estava escrevendo já um post, inspirada no seu, rsrs... sua história da perua me fez filosofar sobre a kombi do seu antonio... depois dá uma olhada, rsrs.
ei, que foto é essa da alanis? disco novo? meu deus, como eu não soube!? que vergonha, não conta nada pra alanis, ela pode ficar magoada comigo, tá?
ah, amei a foto nova do cabeçalho. amei mais ainda a frase do cabeçalho. pegarei emprestada pra minha "frase do momento" do blog.
voltar a escrever, pra mim, é voltar a viver. e viver esse sonho com vc, amiga, putz, é mto mais completo!
bjs, te amo!
Compartilhando espaços, livros e corpos... E a viagem segue até o fim.
E não acreditei que a publicação se tornaria freqüente nesse novo espaço seu... E achei decadente e até ri da história do coreano e da breguice do filme que provavelmente é divertido!
Vejo que vais bem, então até mais! =)
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